Gestar um novo ser... Um sublime momento na vida da mulher. Um estado de graça, um desejo há muito acalentado. Esse é o estado normal da mulher que se encontra grávida da vida. Tirando todas as condições de aflição e desespero que cercam uma gravidez indesejada, a gestação é o amadurecimento do ser feminino que agora vai se tornar excelente no Amor, vai doar-se por completo na construção e na condução de uma nova vida, dádiva que lhe foi outorgada pelo Sumo Criador da Vida. Essa construção requer do organismo materno esforços, energia e muita doação – elementos orgânicos, fios de amorável dedicação e ternura cercam essa nova vida, desde o planejamento, o encontro dos gametas até o acolhimento nos braços materno após a saída do bebê do canal vaginal ou a retirada deste do útero, nas cesarianas. Para toda esta extraordinária empreitada o organismo materno precisa ser preparado e a luta da vida é enorme para concretizar esse feito.
As alterações da glândula tireóide durante a gravidez são situações de risco para o feto, devido à passagem transplacentária dos hormônios desta glândula em concentrações alteradas. Se a mãe usa hormônios ou drogas anti tireoidianas, essas substâncias também podem comprometer o feto além de alterar a fisiologia do corpo da mãe. Mesmo que a gravidez transcorra dentro de uma normalidade, é natural que esses hormônios aumentem. A gravidez é um estado hiper metabólico ou seja, o organismo materno terá que trabalhar dobrado e o hormônio da tireóide é o impulsionador deste estado( hiper), é a lenha da fogueira; faz a máquina trabalhar melhor e com mais potência. Os níveis de tiroxina total e triiodotironina ( T4 total e T3 total respectivamente) elevam. O hipotiroidismo acomete 2,5 % e o hipertiroidismo 0,2% das gestantes.
O hipotiroidismo é mais freqüente nas gestantes com idade mais avançada, sendo que o risco de abortamento aumenta nesta condição clínica.
Dentre as causas do hipotiroidismo estão: a Tiroidite de Hashimoto, as tiroidectomias, o tratamento com iodoradioativo para o câncer da glândula( I131), estas situações podem levar à inadequada reposição hormonais que promoveram o hipotiroidismo. São causas ainda, as doenças do eixo hipotálamo hipofisário.
Nesta situação o feto tem o seu crescimento comprometido e aparece a doença hipertensiva( de acometimento também no estado de hipertiroidismo) específica da gestação e o deslocamento prematuro da placenta além de hemorragia puerperal e anemia.
O hipertiroidismo é causado em 90% pela Doença de Graves, tiroidite subaguda e nódulos hiperfuncionantes.
Com as taxas hormonais bastante elevadas, as repercussões para o feto são danosas; se observa, uma maior incidência de abortamento e prematuridade. O feto terá também problemas com o crescimento além da mortalidade perinatal que poderá ser maior.
O diagnóstico é clínico, mas precisa ser confirmado laboratorialmente com as dosagens dos hormônios, especialmente TSH, T4livre (o hormônio ativo que vai entrar na célula) e o T3 total.
A reposição hormonal ( hipotiroidismo) ou o uso das drogas antitiroidianas, de preferência as da família das tiaminas , betabloqueadores ( hipertiroidismo) são administrados com vigilância com o objetivo de utilizar-se a menor dose possível para manter a gestante compensada clinicamente e o T4Livre dentro dos limites da normalidade. Os cuidados obstétricos e de dietética e Nutrição são fundamentais no equilíbrio harmônico do organismo materno.
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