terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Um Mês Envolto Em Amor








Dezembro de 2010, ainda nem terminou o mês, mas já medito no quanto foi generoso este mês! Apesar de termos tido alguns percalços, notícias que abalaram nossos amigos, mas está sendo um mês muito bom.

Agraciados com a misericórdia de Deus, iniciamos o primeiro dia do mês com uma palestra sobre o Amor e o Perdão. Ah! O perdão, tão difícil de ser praticado mas tão essencial para alcançarmos o Amor.

Para quem já trilhou pela amargura dos caminhos da injustiça, perseguidos, injuriados, apontados e algemados a mentiras e falsidades, o perdão é a flâmula gloriosa que prenuncia o advento do amor e da serenidade interior.

Dezembro do ano em curso, nos trouxe também chuvas relativamente abundantes que aplacaram o calor do sol do Equador e verdejou a orla das estradas.

Saindo de Teresina para a cidade de Altos, logo nos primeiros 1000 km você vai se deparar margeando a estrada, beirando a orla do negro asfalto, com belíssimos gigantes brancos, são os angicos que com seus elegantes troncos brancos erguem-se altaneiros como que querendo tocar o céu. Mais adiante perfumando o ar e embelezando nossa estrada encontram-se outras arvores frondosas, copas floridas exalando o cheiro bom da natureza em festa: Caneleiros, sapucaias, flamboyan, “mamacachorra”, pequis; floridos, perfumando sutilmente a ar que aspiramos deliciosamente. O ar exalava o amor da natureza aos felizes transeuntes e viageiros íamos participar de uma festa em louvor ao amor, falar sobre o amor no casamento de Ionara e Renato:

CÂNTICO DE AMOR


O Amor é o cântico da vida, a lei maior universal.
As duas faces entre o êxtase do prazer e a abnegação generosa da doação.
A vontade incontrolável de bem querer, de ser uno com a pessoa amada,
Ao mesmo tempo, o arrebatador desejo de proteger e doar-se por inteiro.
O escoar das horas vai, pouco a pouco, aperfeiçoando e amadurecendo o Amor.
As doces gotas das vivências da vida vão se misturando às amargas,
destilando a excelência
Do perfume mais rico do sentimento maior.
Desde este dia tão especial Ionara e Renato aprimorarão as promessas e
Concretizarão a essência da vida.

O mês transcorre e outras palestras sobre O ADVENTO DA ERA DE AMOR e A CONSTRUÇÃO DO AMOR EM NÓS, e novamente o brilho e a harmonia do sentido cósmico deixa suas marcas na profundidade do meu ser e de outras pessoas que compartilharam esses momentos especiais.

O tema se desenrola pontuando as seguintes notas:

Porque somos fadados ao Amor?

Porque não temos ainda o amor em nós?

Porque não incorporamos ainda o Evangelho de Amor do Senhor Jesus Cristo?

São questões que volteiam em nossas mentes e necessitam ocupar a zona de meditação de todo cristão consciente da estrada do aprimoramento.

Qual a estrutura que nos foi oferecida por Deus, desenvolvida ao longo dos evos no arcabouço da nossa evolução que nos facilita o aprendizado do amor?

O cérebro trino e as emoções, as revelações de André Luiz e as descobertas da Ciência na estrutura do nosso cérebro.

O andar inferior – o paleocérebro: A agressividade , o egoísmo, a posse e o poder, a animalidade material, o domínio e a tirania, o alimento e o automatismo.

Nós então alcançamos a evolução para o segundo andar, segue-se entaõ: Os núcleos da base ( tálamo, hipotálamo, hipocampo, amígdala), o império das emoções, o domínio do querer e do poder. A abastança da posse, a luxúria, o fausto, o acúmulo das posses, o domínio pelas emoções. Aonde nos situamos? Aonde ainda estagiamos em nossas emoções. Dominamos ou somos dominados? Pense, agora! Aonde você se situa neste exato momento?

Na trajetória enigmática e maravilhosa da evolução alcançaremos não muito distante para alguns, tão longe para a grande maioria mas, não impossível, o terceiro andar deste inexpugnável edifício evolutivo, aquisição herdado às custas de pesados encargos, lutas e glórias , nosso cérebro.

Neste andar encontraremos a abnegação, o desapego, a fraternidade pura, a solidariedade, o prazer de servir o outro, o Reino de Deus em nós, o Amor materializado.

Embora demore uma eternidade, haveremos de alcançar pois somos e temos a fatalidade do amor em nós.

Bom mês este. Dezembro de 2010, um mês envolto no amor.

Feliz ano bom, 2011 de muito Amor.

sábado, 13 de novembro de 2010

Suicídio – Dor e Agonia.


... O vale dos leprosos, lugar repulsivo da antiga Jerusalém, de tantas emocionantes tradições, e que no orbe terráqueo evoca o último grau da abjeção e do sofrimento humano, seria consolador estágio de repouso comparado ao local que tento descrever – a caverna tétrica do Incompreensível. Assim inicia Camilo Castelo Branco( Espírito) através da extraordinária mediunidade de Ivone Pereira no livro Memórias De Um Suicida, a descrição do Vale dos Suicídas.

Continuando a descrição ele relata – “Aqui, era a dor que nada consola, a desgraça que nenhum favor ameniza, a tragédia que ideia alguma tranquilizadora vem orvalhar de esperança! Não há céu, não há luz, não há sol, não há perfume, não há trégua! O que há é o choro convulso e inconsolável dos condenados que nunca se harmonizam”.

O que leva uma pessoa a tirar a própria vida? Que agonia e que dor seria essa, capaz de alienar o ser a ponto de negar esse dom inesgotável e extraordinário dado por Deus à sua criatura, a vida.

No Livro dos Espíritos, Na quarta parte: Das Esperanças E Consolações, Capítulo VI – Desgosto da Vida e Suicídio, Kardec pergunta aos espíritos na questão 944: O homem tem o direito de dispor de sua própria vida? Resposta categórica: “NÃO; somente Deus tem esse direito. O suicídio voluntário é uma transgressão dessa lei.”

Parece estranho o termo suicídio voluntário, não? Na pergunta seguinte Kardec faz esta interrogação por nós: O suicídio não é sempre voluntário? Ao que os espíritos esclarecem – “ O louco que se mata não sabe o que faz”.

O suicídio é um problema muito grave que acomete e enfraquece a nossa sociedade, é uma chaga que tem aumentado muito ultimamente dado ao grande volume de pessoas depressivas ( são milhões em todo o mundo).

A pergunta 943 (L.E) trata do desgosto da vida: “ De onde vem o tédio da vida, que se apodera de certas pessoas, em motivo plausível”. Vejam a resposta objetiva e direta: “ Efeito da ociosidade, da falta de fé e, por vezes da saciedade.”

A Psicologia Transpessoal ( Leo Matos,- texto: Suicídio, auto-imagem e loucura) por sua vez apresenta uma abordagem interessante, nos diz que “consciente ou inconsciente quando a pessoa deseja a morte psicológica ( existe a morte biológica e a morte psicológica) é porque algo vai mal com a sua auto-imagem. Quando essa auto- imagem se torna negativa, dentro do drama ou melodrama da vida da pessoa, a situação se complica e passa haver uma grande perturbação. A pessoa imagina que se destruir aquela auto-imagem ficará bem;como perdeu a ligação com a sua identidade mais profunda passa a confundir a sua auto-imagem com o seu corpo, daí mata seu corpo porque pensa que seu corpo é sua auto-imagem. A Psicoterapia transpessoal trabalha com a conscientização dessa auto-imagem confusa e destorcida e auxilia o paciente a se desligar dessa auto- imagem, levando-o a descobrir sua identidade transpessoal num contexto de Unicidade, fluindo em harmonia com todo o Universo.

Vera Saldanha, em texto sobre Vida e Renascimento, conceitua: “A vida é eterna, ilimitada, sempre existiu, não sabemos exatamente onde e quando começou e nem sequer podemos imaginar concretamente seu fim, é inesgotável, uma fonte que jorra incessantemente nas suas mais diferentes manifestações.”

No dia 20 de Novembro estaremos em Picos participando de Seminário sobre este tema, encerrando com Tributo à Vida. Aos interessados gentileza procurar Ildete ou Moura Fé ( Movimento Espírita de Picos).

domingo, 7 de novembro de 2010

Câncer da Tireóide


Nos últimos anos tem-se notado um crescimento no diagnóstico dos nódulos da tireóide, esses nódulos que tem uma prevalência de 4% na população teve um aumento de 67% em seu diagnóstico, isso se deve a popularização da ultrassonografia que se tornou um exame simples e eficaz, aliado aos avanços tecnológicos que mostram as características dos nódulos, facilitando a diferenciação entre o nódulo e o maligno, esta características são : vascularização, bordos, presença ou não de calcificação ( importantes na análise ultrasonográfica). Os nódulos únicos são mais propensos à malignização que os múltiplos e, quanto ao tamanho , nódulos pequenos podem ser maligno e disseminar por via linfática (são ostumores ocultos ou microcarcinomas – tumores de 1 cm ) e os grandes podem ser benignos, portanto o tamanho não é critério, isolado, para malignidade embora nódulos maiores de 3cm em homens são mais sugestivos de malignidade. Apesar de o risco ser maior no nódulo único, apenas um em cada 20 nódulos é maligno.

Diante de um nódulo suspeito faz-se necessário a biopsia aspirativa por agulha fina com a análise da citologia das células que mostrará se o nódulo é benigno, maligno ou indeterminado (20 a 30 %); o resultado indeterminado é uma das limitações deste exame, mas a PAAF ( punção aspirativa por agulha fina) ainda é o padrão ouro no diagnóstico e planejamento terapêutico dos tumores da tireóide.

O avanço da genética e da biologia molecular, certamente nos possibilitarão brevemente a identificação dos pacientes que são portadores de formas menos agressivas e passíveis de tratamento mais conservador, diferenciado daqueles com formas mais agressivas que necessitam de terapêutica igualmente mais agressivas e controle mais rigorosos.

A identificação do proto- oncogene RET associada não só a forma familiar do carcinoma medular da tireoide , mas também na forma esporádica do medular e à forma do papilífero ( Rey et al, 2001), desvendou a patogênese do carcinoma papilífero da tireoide ligada a diversos eventos genéticos. Entre estes evento encontra-se o rearranjo que envolvem o gene RET. Segundo Cerrutti e Maciel esses rearranjo do RET com gene heterólogo, dão origem ao gene quimérico RET/ PTC , e as mutações ativadoras e translocação no gene BRAF e no gene RAS. Acrescentam ainda que não foi identificado uma associação entre a presença de mutação e o prognóstico dos pacientes no que se refere ao genes RET/PTC e o RAS. E que tumores BRAF V600E positivos possuem uma alta taxa de recorrência , que na maioria dessa recidivas as células tumorais não têm avidez pelo iodo radioativo, representando uma pior resposta ao tratamento.

Outro marcadores tem sido identificados nos tumores foliculares ( PAX8-PPARy) as proteínas ( DDIT3, ARG2, C1orf24 e ITM1), auxiliando a distinção dos nódulos classificados como padrão folicular na PAAF.

Ao lado do importante papel no prognóstico do papilífero os pesquisadores se interrogam como a biologia molecular poderá auxiliar no diagnóstico do nódulo com padrão folicular na PAAF.

Associado a esses avanços também a utilização da cintilografia com o I123 associada com a dosagem tireoglobulina sérica em substituição ao I131 , para a detecção da doença metastática e recidiva local.

Os tumores da tireóide ainda apresentam controvérsia no seu tratamento, porém diretrizes de segurança já estão bem estabelecida em seu tratamento.

Fontes: Tireoide e Paratiroide – Estudo de casos . Lenine Garcia Brandão.

Correlação Clínico - molecular do carcinoma de tiróide. Cerutti & Maciel em Endocrinology Prime ano 01/ no 01/ Agosto/ 2010.

Ferreira & Rocha, Oncologia Molecular Atheneu, 2010

Katiamarabuco.com.br

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Dor Crônica Pélvica

De consultório em consultório em busca de uma solução, aviando receitas de analgésicos, antiespasmódicos e antidepressivos, ela vai consumindo sua esperança de alivio de uma dor que se arrasta há quatro longos anos. Esta é a peregrinação de uma mulher que tem dor crônica pélvica.

A dor crônica na pélvis, “é uma dor intermitente- vem de vez em quando, às vezes contínua, de duração superior a seis meses, não é cíclica, não é limitada ao período menstrual ou à relação sexual e não se associa à gestação”.

Na sua grande maioria está associada a problemas do trato urinário e gastrintestinal e por último ao ginecológico.

Dentre os fatores de risco listados pelos estudiosos encontram-se: abuso de drogas, uso de álcool, abortamento, fluxo menstrual intenso, doença inflamatória pélvica, cesariana prévia, abuso físico ou sexual e existência de co- morbidade psicológica.

Além do sofrimento físico e psicológico da mulher, a dor pélvica crônica tem impacto negativo na vida familiar da pessoa em questão, quando essa pessoa torna-se queixosa, estressada, mal humorada e de convívio difícil. Todos na família sofrem este transtorno, além de estende-se também a perdas laborais e ao ciclo social.

Não é incomum encontrarmos no consultório de ginecologias histórias de dores, queixumes e a inconveniente dor que nunca passa e que caminha no abdômen.

Uma mulher passou anos a fio de sua vida amargando uma culpa de uma relação fortuita, ocasional, o deslize de uma única vez ( segundo a mesma). Sentia uma dor freqüente no abdômen inferior à direita (fossa ilíaca direita), ninguém descobria; exames e mais exames, cirurgia investigatória, medicações e a dor persistia, aparecendo sempre no mesmo lugar de vez em quando. A relação da dor com o fator psicológico aparece em uma anamnese mais detalhada; havia tido uma paixão, uma única vez se relacionou com um forasteiro de sua cidade. Passada aquele felicidade momentânea uma forte culpa a invadiu, angústias e inquietações a atormentavam: E se descobrissem? Se seus pais a vissem como uma perdida?Que arrependimento! Somatizou de tal forma, que a dor se instalou como o acusador invisível sempre a julgar aquele deslize do passado. ( Somatizar – vem de somatização, que é o desenvolvimento de determinada doença por causa de um problema emocional e, ou depressão)

A mente humana é um labirinto inexpugnável, tantas surpresas por trás de um semblante, quantas histórias se escondem na linha da vida de uma pessoa.

As crenças de uma pessoa são importantes na análise da história de sua dor psicológica ou física. O contexto em que se insere - o ciclo familiar e social. Os padrões culturais são tão fortemente arraigados que moldam a personalidade de cada um, impactando de forma positiva ou negativa. Mudar a forma de pensar demanda esforço pessoal e determinação e às vezes a pessoa se sente fragilizada diante das mudanças. Auxiliar a pessoa a buscar as respostas além da expressão física de sua dor é o desafio do profissional que atende a mulher com este sintoma que parece vago, mas que pode retratar um grito interior.

A terapêutica da dor crônica inclui desde o uso de antidepressivos, analgésicos, terapias específicas de cada patologia, exercícios físicos, psicoterapias e cirurgias.

A dor é um alarme de algum dano tecidual, mas pode ser traduzida também como uma queixa, um diálogo interno do organismo que precisa ser ouvido.

Fonte: Ginecologia no CONSULTÓRIO- Corleta, Capp et all. 2008

domingo, 22 de agosto de 2010

`A Turma, Eterna Vocação

Inusitado prazer, o de ser professor. De ver seus pupilos galgarem o topo.
No início do curso a surpresa, a expectativa com o novo, as aulas que pouco a pouco desvendam o misterioso mundo da saúde e das doenças, mas... Neste momento, já se observa a diferença de aptidão no olhar de cada um; a atenção e a curiosidade com que recebem cada palavra, cada novo ensinamento.
A busca do saber médico que move cada fibra interior do estudante de Medicina é, e será sempre o móvel que o impulsiona a vencer as dificuldades e pesadas cargas de compromissos que o curso requer. Alguns certamente não acompanharão as sutilezas de cada momento, a carga emocional, muitas vezes extrema que exige maturidade, bom senso e serenidade. Alguns perdem-se no burburinho de tantas ofertas do mundo das formas, outros inquietam-se com a ansiedade de seu próprio mundo interior e não conseguem harmonizar-se diante de tantas cobranças e expectativas que a vida e a sociedade lhes impõem.
Felizmente a maioria vence, olham sempre para frente, para o objetivo maior de suas vidas: Ser Médico - enfrentando obstáculos que crescem na medida que os desafios tornam-se maiores.
Queridos alunos, foi com grande felicidade que descobri novos talentos em vocês. Exultei com a felicidade de vocês, com o cântico de vigor juvenil que inova, impulsiona e renova a sociedade.
Fiquei imensamente feliz ao ver a alegria incontida estampada no rosto de seus ditosos pais e o clima de vitoria que inudou o ambiente da colação de grau e do baile de formatura.
Orgulhosamente a Universidade Federal do Piauí se sente, ao apresentar à sociedade seus alunos, hoje Médicos. A nossa instituição está segura e realizada, certa de que o porvir demonstrará o valoroso investimento de seis anos nestes jovens médicos.
Ficam aqui as lições do valioso reservatório da Medicina: O Saber Médico, que é constituido pelo conjunto primoroso de conhecimentos cientifico adquirido ao longo da história da Medicina, alavancado exponencialmente pelas aquisições modernas da informática e robótica, do crescente e vertiginoso volume de avanços médicos; zelo pelo próximo, respeito ao Sumo Criador e o reconhecimento das potencialidades, talentos e dons de cada um. Zelem por esse tesouro.
Felicidades, caríssimos colegas. Que as bênçãos dos céus aplainem a estrada de cada um, possibilitando-os exercerem uma Medicina digna e ética; um olhar de gratidão ao dom da vida em todos os momentos de suas: ETERNA VOCAÇÃO.
Meus respeitos e votos de muito sucesso.
Sua professora e colega:
Katia Marabuco.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

O sol das férias e o risco para os lábios


Julho, praia, sol e férias; combinação que faz qualquer um respirar fundo e antecipar o prazer das merecidas férias. Especialmente se acrescentamos uma deliciosa rede embaixo de um coqueiral, ao sabor da brisa suave e o doce cântico do mar que beija as brancas areias da praia. Um maravilhoso cenário que nossas praias nordestinas, presente dos céus, nos brindam. Em julho, na nossa região o sol é farto durante o dia e as noites são amenas e refrescantes, uma maravilha de férias.
Mas, cuidado! Nesta época a exposição excessiva ao sol pode causar sérios malefícios à pele, que a longo prazo poderá desencadear processos degerativos malignos.
Os lábios especialmente os lábios inferiores estão sujeitos ao aparecimento de lesões benignas e malignas. As lesões traumáticas dos lábios são decorrentes de agressões crônicas provocadas pelo fumo, exposição solar, ressecamento, má higiene bucal, trauma dos dentes, lesões herpéticas expostas a radiação ultravioleta.
As lesões dos lábios ocorrem em 85% nos homens, estão relacionadas especialmente às profissões com maior exposição solar( ex: pescadores, lavradores). A maioria das lesões (99%) ocorrem na raça branca; acometem todas as idades porém sua maior frequência está nas faixas de 40 a 80 anos, o que demonstra a agressão contínua dos fatores causadores de dano à pele e mucosa dos lábios.
Apesar de ser uma localização de fácil identificação - os lábios, o aparecimento de uma úlcera(ferida), um nódulo (caroço) ou mesmo uma mancha são negligenciados. As pessoas protelam a ida ao médico, acham que não é nada e quando procuram a lesão já está avançada. Quando chega nesta fase o tratamento será uma cirurgia mutiladora que apesar da reconstrução plástica, o defeito será sempres perceptível e marcante, tornando a pessoa arredia e complexada.
Quando diagnosticado com precocidade uma pequena remoção da lesão será suficiente.
Nesta épocado ano, as pessoas de pele clara, olhos claros são as mais acometidas de insolação, quando exageram em busca da cor dourada, ou esquecidos de protegerem-se tem queimadura de primeiro ou segundo grau.
Chapéus,bonés, protetores solares, filtros são itens mandatórios. Cuidados com os horários de maior incidência de raios ultravioletas( após as 9 horas até as 15). Rompida a barreira de proteção do DNA no interior do núcleo celular por esses raios, será um caminho gradativo às mutações celulares.
Some-se uma vida inteira de exposição, fotoenvelhecimento, rugas, danos celulares,a pessoa na idade mais madura passa a apresentar câncer de pele e do lábios.
Usufruir do maravilhoso benefício dos raios solares em atalaia, no coqueiro ou na praia do futuro sem exagerar, garante uma cor saudável e o refazimento das energias. Aproveite julho e boas férias.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

TH- terapia hormonal na menopausa , ainda é viável?

Corria a década de 90, no auge da terapia de reposição hormonal; as pacientes na perimenopausa ( periodo que antecede a menopausa, nas proximidade desta fase) já procuravam os ginecologistas ansiosas por iniciar a terapia de reposição hormonal antes da menopausa. Muitas diziam não quero envelhecer, outras não quero perder meu marido, outras ainda comentavam: " todas as minhas amigas tomam e questionam porque ainda não estou usando!". Certos dos beneficios da terapia mas cautelosos, toda medicação tem efeitos colaterais , os ginecologistas avaliavam, mediam, liam , buscavam novas informações na busca do momento certo , da terapia mais adequada para cada paciente, quase todas saiam com suas receitas de hormonios nas várias apresentações e orientadas sobre o uso destas. Havia paciente que comparecia apenas para iniciar a terapia e nunca mais retornava. Naquela época, eu tinha assinatura da revista TIME e observei em alguns exemplares, que na America começava a surgir vários artigos sobre a soja e a reposição hormonal ( soja, amora preta, blueberries, inhame mexicano) isto porque muitas mulheres americanas se negavam a tomar os estrogenios; pessoas ligadas ao naturalismo e outras que achavam certo envelhecer de forma natural. Durante uma jornada de Ginecologia, aqui em Teresina, cheguei a questionar reservadamente após a palestra um renomado professor da USP sobre o uso da soja( até porque uma novidade desta e indo contra as inovações do momento, você fica receosa de parecer ridícula diante dos colegas questionando sobre algo que é apenas reportagem para leigos), o professor deu-me uma resposta curta e rápida :" Isto não tem comprovação científica".
Os anos se passaram , em 2002, final do primeiro semestre a mídia científica e leiga solta uma notícia bombástica - o fim da era de reposição hormonal. Lembro-me da capa da revista VEJA - MULHERES TRAÍDAS PELA MEDICINA. Foi estarrecedor. Os consultórios lotados , as mulheres temerosas buscavam informações. Muitas suspenderam por contra própria suas terapias e, os próprios médicos ficaram extremamente apreensivos e temerosos , muitos afirmaram: Nunca mais vou passar hormonios para ninguém! As dúvidas foram dissipadas pouco a pouco,inúmeras revisões, novos estudos, novas orientações: Tratamento deve ser individualizado, avaliações mais rigorosas dos critérios de risco. Hoje apenas 1/3 a 2/3 da clientela da grande maioria dos consultórios de ginecologia seguem com a terapia hormonal da menopausa para alívio da sintomatologia. Drogas com metade da dose , novos compostos progestagênicos; estudos mostrando a segurança dos transdermicos, o uso dos derivados da soja - isoflavona, antidepressivos, uso da androgênios e muitas discussões nos congressos e reuniões da especialidade.
Segue o estudo KEEPS (Kronos early estrogen prevention study) e o ELITE ( Early versus late intervention trial with estradiol) , ambos estudos randomizados colaborativos de diversas universidades para estudar o benefício dos estrogenios na prevenção da doença coronariana em uma janela de oportunidade que é o momento em que a mulher entra na menopausa, quando os vasos sanguineos ainda não estão danificados , com arteriosclerose. Estes estudos ainda estão em seguimento, porém segundo os analistas " a pesquisa clínica não identificou nenhuma janela de oportunidade após a menopausa durante a qual a TH possa ser considerada confiantemente livre de riscos. As mulheres de todas as idades que estejam recebendo TH para alívio de sintomas continuam necessitando informações sobre seus possíveis riscos, incluindo a doença coronariana crônica." Continuamos ainda cautelosos, mas a terapia ainda não foi descartada.

Fontes: Am.J. Epidemiol 2009 Jul1, 170:24
www.clinicaltrials.gov/ct2/show/NCT001541180
www.clinicaltrials.gov/ct2/NCT00114517
JWatch.org.2009.29; 19 e 20