... O vale dos leprosos, lugar repulsivo da antiga Jerusalém, de tantas emocionantes tradições, e que no orbe terráqueo evoca o último grau da abjeção e do sofrimento humano, seria consolador estágio de repouso comparado ao local que tento descrever – a caverna tétrica do Incompreensível. Assim inicia Camilo Castelo Branco( Espírito) através da extraordinária mediunidade de Ivone Pereira no livro Memórias De Um Suicida, a descrição do Vale dos Suicídas.
Continuando a descrição ele relata – “Aqui, era a dor que nada consola, a desgraça que nenhum favor ameniza, a tragédia que ideia alguma tranquilizadora vem orvalhar de esperança! Não há céu, não há luz, não há sol, não há perfume, não há trégua! O que há é o choro convulso e inconsolável dos condenados que nunca se harmonizam”.
O que leva uma pessoa a tirar a própria vida? Que agonia e que dor seria essa, capaz de alienar o ser a ponto de negar esse dom inesgotável e extraordinário dado por Deus à sua criatura, a vida.
No Livro dos Espíritos, Na quarta parte: Das Esperanças E Consolações, Capítulo VI – Desgosto da Vida e Suicídio, Kardec pergunta aos espíritos na questão 944: O homem tem o direito de dispor de sua própria vida? Resposta categórica: “NÃO; somente Deus tem esse direito. O suicídio voluntário é uma transgressão dessa lei.”
Parece estranho o termo suicídio voluntário, não? Na pergunta seguinte Kardec faz esta interrogação por nós: O suicídio não é sempre voluntário? Ao que os espíritos esclarecem – “ O louco que se mata não sabe o que faz”.
O suicídio é um problema muito grave que acomete e enfraquece a nossa sociedade, é uma chaga que tem aumentado muito ultimamente dado ao grande volume de pessoas depressivas ( são milhões em todo o mundo).
A pergunta 943 (L.E) trata do desgosto da vida: “ De onde vem o tédio da vida, que se apodera de certas pessoas, em motivo plausível”. Vejam a resposta objetiva e direta: “ Efeito da ociosidade, da falta de fé e, por vezes da saciedade.”
A Psicologia Transpessoal ( Leo Matos,- texto: Suicídio, auto-imagem e loucura) por sua vez apresenta uma abordagem interessante, nos diz que “consciente ou inconsciente quando a pessoa deseja a morte psicológica ( existe a morte biológica e a morte psicológica) é porque algo vai mal com a sua auto-imagem. Quando essa auto- imagem se torna negativa, dentro do drama ou melodrama da vida da pessoa, a situação se complica e passa haver uma grande perturbação. A pessoa imagina que se destruir aquela auto-imagem ficará bem;como perdeu a ligação com a sua identidade mais profunda passa a confundir a sua auto-imagem com o seu corpo, daí mata seu corpo porque pensa que seu corpo é sua auto-imagem. A Psicoterapia transpessoal trabalha com a conscientização dessa auto-imagem confusa e destorcida e auxilia o paciente a se desligar dessa auto- imagem, levando-o a descobrir sua identidade transpessoal num contexto de Unicidade, fluindo em harmonia com todo o Universo.
Vera Saldanha, em texto sobre Vida e Renascimento, conceitua: “A vida é eterna, ilimitada, sempre existiu, não sabemos exatamente onde e quando começou e nem sequer podemos imaginar concretamente seu fim, é inesgotável, uma fonte que jorra incessantemente nas suas mais diferentes manifestações.”
No dia 20 de Novembro estaremos em Picos participando de Seminário sobre este tema, encerrando com Tributo à Vida. Aos interessados gentileza procurar Ildete ou Moura Fé ( Movimento Espírita de Picos).