sábado, 13 de novembro de 2010

Suicídio – Dor e Agonia.


... O vale dos leprosos, lugar repulsivo da antiga Jerusalém, de tantas emocionantes tradições, e que no orbe terráqueo evoca o último grau da abjeção e do sofrimento humano, seria consolador estágio de repouso comparado ao local que tento descrever – a caverna tétrica do Incompreensível. Assim inicia Camilo Castelo Branco( Espírito) através da extraordinária mediunidade de Ivone Pereira no livro Memórias De Um Suicida, a descrição do Vale dos Suicídas.

Continuando a descrição ele relata – “Aqui, era a dor que nada consola, a desgraça que nenhum favor ameniza, a tragédia que ideia alguma tranquilizadora vem orvalhar de esperança! Não há céu, não há luz, não há sol, não há perfume, não há trégua! O que há é o choro convulso e inconsolável dos condenados que nunca se harmonizam”.

O que leva uma pessoa a tirar a própria vida? Que agonia e que dor seria essa, capaz de alienar o ser a ponto de negar esse dom inesgotável e extraordinário dado por Deus à sua criatura, a vida.

No Livro dos Espíritos, Na quarta parte: Das Esperanças E Consolações, Capítulo VI – Desgosto da Vida e Suicídio, Kardec pergunta aos espíritos na questão 944: O homem tem o direito de dispor de sua própria vida? Resposta categórica: “NÃO; somente Deus tem esse direito. O suicídio voluntário é uma transgressão dessa lei.”

Parece estranho o termo suicídio voluntário, não? Na pergunta seguinte Kardec faz esta interrogação por nós: O suicídio não é sempre voluntário? Ao que os espíritos esclarecem – “ O louco que se mata não sabe o que faz”.

O suicídio é um problema muito grave que acomete e enfraquece a nossa sociedade, é uma chaga que tem aumentado muito ultimamente dado ao grande volume de pessoas depressivas ( são milhões em todo o mundo).

A pergunta 943 (L.E) trata do desgosto da vida: “ De onde vem o tédio da vida, que se apodera de certas pessoas, em motivo plausível”. Vejam a resposta objetiva e direta: “ Efeito da ociosidade, da falta de fé e, por vezes da saciedade.”

A Psicologia Transpessoal ( Leo Matos,- texto: Suicídio, auto-imagem e loucura) por sua vez apresenta uma abordagem interessante, nos diz que “consciente ou inconsciente quando a pessoa deseja a morte psicológica ( existe a morte biológica e a morte psicológica) é porque algo vai mal com a sua auto-imagem. Quando essa auto- imagem se torna negativa, dentro do drama ou melodrama da vida da pessoa, a situação se complica e passa haver uma grande perturbação. A pessoa imagina que se destruir aquela auto-imagem ficará bem;como perdeu a ligação com a sua identidade mais profunda passa a confundir a sua auto-imagem com o seu corpo, daí mata seu corpo porque pensa que seu corpo é sua auto-imagem. A Psicoterapia transpessoal trabalha com a conscientização dessa auto-imagem confusa e destorcida e auxilia o paciente a se desligar dessa auto- imagem, levando-o a descobrir sua identidade transpessoal num contexto de Unicidade, fluindo em harmonia com todo o Universo.

Vera Saldanha, em texto sobre Vida e Renascimento, conceitua: “A vida é eterna, ilimitada, sempre existiu, não sabemos exatamente onde e quando começou e nem sequer podemos imaginar concretamente seu fim, é inesgotável, uma fonte que jorra incessantemente nas suas mais diferentes manifestações.”

No dia 20 de Novembro estaremos em Picos participando de Seminário sobre este tema, encerrando com Tributo à Vida. Aos interessados gentileza procurar Ildete ou Moura Fé ( Movimento Espírita de Picos).

domingo, 7 de novembro de 2010

Câncer da Tireóide


Nos últimos anos tem-se notado um crescimento no diagnóstico dos nódulos da tireóide, esses nódulos que tem uma prevalência de 4% na população teve um aumento de 67% em seu diagnóstico, isso se deve a popularização da ultrassonografia que se tornou um exame simples e eficaz, aliado aos avanços tecnológicos que mostram as características dos nódulos, facilitando a diferenciação entre o nódulo e o maligno, esta características são : vascularização, bordos, presença ou não de calcificação ( importantes na análise ultrasonográfica). Os nódulos únicos são mais propensos à malignização que os múltiplos e, quanto ao tamanho , nódulos pequenos podem ser maligno e disseminar por via linfática (são ostumores ocultos ou microcarcinomas – tumores de 1 cm ) e os grandes podem ser benignos, portanto o tamanho não é critério, isolado, para malignidade embora nódulos maiores de 3cm em homens são mais sugestivos de malignidade. Apesar de o risco ser maior no nódulo único, apenas um em cada 20 nódulos é maligno.

Diante de um nódulo suspeito faz-se necessário a biopsia aspirativa por agulha fina com a análise da citologia das células que mostrará se o nódulo é benigno, maligno ou indeterminado (20 a 30 %); o resultado indeterminado é uma das limitações deste exame, mas a PAAF ( punção aspirativa por agulha fina) ainda é o padrão ouro no diagnóstico e planejamento terapêutico dos tumores da tireóide.

O avanço da genética e da biologia molecular, certamente nos possibilitarão brevemente a identificação dos pacientes que são portadores de formas menos agressivas e passíveis de tratamento mais conservador, diferenciado daqueles com formas mais agressivas que necessitam de terapêutica igualmente mais agressivas e controle mais rigorosos.

A identificação do proto- oncogene RET associada não só a forma familiar do carcinoma medular da tireoide , mas também na forma esporádica do medular e à forma do papilífero ( Rey et al, 2001), desvendou a patogênese do carcinoma papilífero da tireoide ligada a diversos eventos genéticos. Entre estes evento encontra-se o rearranjo que envolvem o gene RET. Segundo Cerrutti e Maciel esses rearranjo do RET com gene heterólogo, dão origem ao gene quimérico RET/ PTC , e as mutações ativadoras e translocação no gene BRAF e no gene RAS. Acrescentam ainda que não foi identificado uma associação entre a presença de mutação e o prognóstico dos pacientes no que se refere ao genes RET/PTC e o RAS. E que tumores BRAF V600E positivos possuem uma alta taxa de recorrência , que na maioria dessa recidivas as células tumorais não têm avidez pelo iodo radioativo, representando uma pior resposta ao tratamento.

Outro marcadores tem sido identificados nos tumores foliculares ( PAX8-PPARy) as proteínas ( DDIT3, ARG2, C1orf24 e ITM1), auxiliando a distinção dos nódulos classificados como padrão folicular na PAAF.

Ao lado do importante papel no prognóstico do papilífero os pesquisadores se interrogam como a biologia molecular poderá auxiliar no diagnóstico do nódulo com padrão folicular na PAAF.

Associado a esses avanços também a utilização da cintilografia com o I123 associada com a dosagem tireoglobulina sérica em substituição ao I131 , para a detecção da doença metastática e recidiva local.

Os tumores da tireóide ainda apresentam controvérsia no seu tratamento, porém diretrizes de segurança já estão bem estabelecida em seu tratamento.

Fontes: Tireoide e Paratiroide – Estudo de casos . Lenine Garcia Brandão.

Correlação Clínico - molecular do carcinoma de tiróide. Cerutti & Maciel em Endocrinology Prime ano 01/ no 01/ Agosto/ 2010.

Ferreira & Rocha, Oncologia Molecular Atheneu, 2010

Katiamarabuco.com.br