domingo, 7 de novembro de 2010

Câncer da Tireóide


Nos últimos anos tem-se notado um crescimento no diagnóstico dos nódulos da tireóide, esses nódulos que tem uma prevalência de 4% na população teve um aumento de 67% em seu diagnóstico, isso se deve a popularização da ultrassonografia que se tornou um exame simples e eficaz, aliado aos avanços tecnológicos que mostram as características dos nódulos, facilitando a diferenciação entre o nódulo e o maligno, esta características são : vascularização, bordos, presença ou não de calcificação ( importantes na análise ultrasonográfica). Os nódulos únicos são mais propensos à malignização que os múltiplos e, quanto ao tamanho , nódulos pequenos podem ser maligno e disseminar por via linfática (são ostumores ocultos ou microcarcinomas – tumores de 1 cm ) e os grandes podem ser benignos, portanto o tamanho não é critério, isolado, para malignidade embora nódulos maiores de 3cm em homens são mais sugestivos de malignidade. Apesar de o risco ser maior no nódulo único, apenas um em cada 20 nódulos é maligno.

Diante de um nódulo suspeito faz-se necessário a biopsia aspirativa por agulha fina com a análise da citologia das células que mostrará se o nódulo é benigno, maligno ou indeterminado (20 a 30 %); o resultado indeterminado é uma das limitações deste exame, mas a PAAF ( punção aspirativa por agulha fina) ainda é o padrão ouro no diagnóstico e planejamento terapêutico dos tumores da tireóide.

O avanço da genética e da biologia molecular, certamente nos possibilitarão brevemente a identificação dos pacientes que são portadores de formas menos agressivas e passíveis de tratamento mais conservador, diferenciado daqueles com formas mais agressivas que necessitam de terapêutica igualmente mais agressivas e controle mais rigorosos.

A identificação do proto- oncogene RET associada não só a forma familiar do carcinoma medular da tireoide , mas também na forma esporádica do medular e à forma do papilífero ( Rey et al, 2001), desvendou a patogênese do carcinoma papilífero da tireoide ligada a diversos eventos genéticos. Entre estes evento encontra-se o rearranjo que envolvem o gene RET. Segundo Cerrutti e Maciel esses rearranjo do RET com gene heterólogo, dão origem ao gene quimérico RET/ PTC , e as mutações ativadoras e translocação no gene BRAF e no gene RAS. Acrescentam ainda que não foi identificado uma associação entre a presença de mutação e o prognóstico dos pacientes no que se refere ao genes RET/PTC e o RAS. E que tumores BRAF V600E positivos possuem uma alta taxa de recorrência , que na maioria dessa recidivas as células tumorais não têm avidez pelo iodo radioativo, representando uma pior resposta ao tratamento.

Outro marcadores tem sido identificados nos tumores foliculares ( PAX8-PPARy) as proteínas ( DDIT3, ARG2, C1orf24 e ITM1), auxiliando a distinção dos nódulos classificados como padrão folicular na PAAF.

Ao lado do importante papel no prognóstico do papilífero os pesquisadores se interrogam como a biologia molecular poderá auxiliar no diagnóstico do nódulo com padrão folicular na PAAF.

Associado a esses avanços também a utilização da cintilografia com o I123 associada com a dosagem tireoglobulina sérica em substituição ao I131 , para a detecção da doença metastática e recidiva local.

Os tumores da tireóide ainda apresentam controvérsia no seu tratamento, porém diretrizes de segurança já estão bem estabelecida em seu tratamento.

Fontes: Tireoide e Paratiroide – Estudo de casos . Lenine Garcia Brandão.

Correlação Clínico - molecular do carcinoma de tiróide. Cerutti & Maciel em Endocrinology Prime ano 01/ no 01/ Agosto/ 2010.

Ferreira & Rocha, Oncologia Molecular Atheneu, 2010

Katiamarabuco.com.br

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